terça-feira, 16 de junho de 2009

- Minha tireóide tem um nódulo, e agora?

Estima-se que 5% a 10% da população desenvolva um nódulo palpável ao longo da vida.
Ao exame de ultra-som, metade da população maior de 40 anos apresenta nódulos.

As mulheres são campeãs: os nódulos são 4 a 8 vezes mais freqüentes no sexo feminino.
Na maioria das vezes, os nódulos são desarranjos da arquitetura da glândula, que não chegam a causar disfunção, ou seja, não alteram a produção de hormônios pela tireóide. Portanto, uma pessoa que tem nódulos na tireóide geralmente apresenta como sintoma somente o aumento de volume do pescoço, ou nem isto, pois, se os nódulos são pequenos, podem passar despercebidos, só sendo diagnosticados quando o médico palpa a tireóide, ou achados por acaso no exame de ultra-som.

O grande problema dos nódulos, quando diagnosticados, é saber se eles são cancerosos ou não. Mais de 90% dos nódulos de tireóide são benignos, mas às vezes (não sempre) é necessário fazer uma punção para analisar as suas células.

O câncer de tireóide é 2 vezes mais freqüente nas mulheres do que nos homens, mas o risco de um nódulo único ser canceroso em um homem é maior.

Alguns dados de história, exame físico, e algumas características dos nódulos no ultra-som podem ser úteis para esclarecer esta dúvida. Assim, existe uma chance maior de um nódulo ser canceroso nas seguintes situações: história de câncer de tireóide em familiares, exposição a radiação, rouquidão, falta de ar, nódulo que aparece antes dos 20 ou após os 60 anos, nódulo grande, de crescimento progressivo, de consistência muito dura à palpação, e presença de gânglios aumentados no pescoço.

Costumo dizer que, se seu anjinho da guarda lhe disser que você vai ter um câncer e lhe der a chance de escolher qual, você deve escolher o de tireóide, pois em geral tem um «comportamento benigno» e pode ser tratado com sucesso pela cirurgia, sem necessidade de quimioterapia ou radioterapia.
Mas uma recomendação deve ser seguida: nunca abandonar a medicação prescrita, e fazer sempre o acompanhamento médico periódico.

Anete Hannud Abdo
Doutora em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP


Texto extraído do site: http://www.jornaldapaulista.com.br/site/page.php?key=63.

0 comentários: